Tarso desiste de candidatura e culpa continuismo no PT
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O LULA É DO PT MAIS O PT É DO ZÉ DIRCEU.
PORTO ALEGRE (Reuters) - O presidente do PT, Tarso Genro, anunciou nesta segunda-feira sua desistência de disputar a presidência do partido na eleição interna que ocorrerá no próximo dia 18 de setembro. Tarso culpou o continuismo no partido pela sua decisão.
"Nós postulávamos uma visão de ruptura e não é isso que estamos vendo acontecer. Por isso estamos deixando a candidatura", disse Tarso. "Temos que incorporar um novo grupo dirigente ao partido", defendeu.
Perguntado sobre a candidatura do secretário-geral, Ricardo Berzoini, para substituí-lo na disputa interna, Tarso disse ter um "profundo respeito" por ele, mas não explicitou seu apoio.
"O companheiro Berzoini é um excelente quadro político, ético, fiel ao partido, mas ainda não vou anunciar a minha posição neste momento", afirmou.
Tarso, até então ministro da Educação, assumiu a presidência do partido no início de julho no lugar de José Genoino, envolvido no escândalo de financiamento paralelo do PT. O impasse de sua candidatura ocorreu, sobretudo, em razão da manutenção na chapa de antigos dirigentes do Campo Majoritário, em especial o ex-ministro José Dirceu. Mas nesta tarde Tarso preferiu não "personalizar" a discussão.
"A questão é de perfil: eu propunha uma ruptura e o partido está escolhendo uma transição de continuidade", disse Tarso, que informou que não participará, em outra posição, da chapa do Campo Majoritário.
Ainda sobre Dirceu, Tarso criticou a forma como ele anunciou que não deixaria o Campo Majoritário. Segundo ele, isso "qualifica o tipo de relação que ele tinha com o poder".
"Acho que o Zé Dirceu tem reações muito emocionais, mas que no fundo sinalizam uma posição política", definiu.
O deputado estadual Raul Pont (RS), um dos candidatos à presidência do PT, divulgou uma nota em solidariedade a Tarso dizendo que a renúncia demonstra que Dirceu e o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares "não só não foram afastados do PT como ainda continuam dominando o Campo Majoritário do partido.
Segundo Pont, o partido passa por um momento extremamente delicado e "a sociedade brasileira espera uma resposta rápida e exemplar frente às denúncias".
Além de Berzoini e Pont, outros cinco concorrem às eleições diretas marcadas para 18 de setembro, todos de tendências de esquerda do partido: Plinio de Arruda Sampaio, Valter Pomar, Maria do Rosário (moderada), Marcos Sokol (radical) e Luiz Gonzaga da Silva, o Gegê (movimentos sem-teto).
Se um dos sete candidatos não atingir a metade dos votos dos filiados, haverá segundo turno em 9 de outubro.
(Por Sílvio Ferreira)
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