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domingo, agosto 07, 2005

Mau humor se eterniza


Acessos de mau humor são naturais, mas não os de duração muito longa. Quando alguém fica mal-humorado por no mínimo dois anos seguidos, o caso já entra em outra categoria: trata-se de uma distimia, ou mau humor crônico. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), essa doença aflige cerca de 180 milhões de pessoas, ou 3% da população mundial. “O doente fica de mau humor por conta dos outros, do transito, ou porque está chovendo”, exemplifica o psiquiatra Antonio Egidio Nardi, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro. A distimia é perceptível se a pessoa apresenta problemas de apetite (come pouco e sem prazer ou com muita ansiedade), tem sono irregular e sente-se habitualmente cansada. No plano psicológico, os sintomas são além da irritabilidade, desinteresse pelo que faz, isolamento social, tristeza e pessimismo. A distimia também predispõe à depressão – segundo a OMS, 70% dos adultos com depressão tiveram distimia na infância ou adolescência. As causas da doença ainda não estão determinadas. Os especialista supõem que ela surja a partir da conjunção de fatores genéticos, ambientais e psicológicos (entre estes últimos estariam conflitos domésticos, superproteção ou educação excessivamente rígida), já foi detectada nesses pacientes uma disfunção que afeta neurotransmissores, como a serotonina e a noradrenalina, relacionadas ao processamento das emoções. O doente também é mais suscetível à dor que se manifesta mais freqüentemente na cabeça, no estômago e nos músculos. O tratamento para a distimia baseia-se em antidepressivos e psicoterapia. Leva de um a dois anos e obtém sucesso em cerca de 70% dos casos.

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